A chamada primeira fase de sua carreira ou, a fase Romântica, é marcada por obras tais como: Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876), e Iaiá Garcia (1878), além das coletâneas de contos Contos Fluminenses (1870), Histórias da Meia Noite (1873), das coletâneas de poesias Crisálidas (1864), Falenas (1870), Americanas (1875), e das peças Os Deuses de Casaca (1866), O Protocolo (1863), Queda que as Mulheres têm para os Tolos (1864) e Quase Ministro (1864).
Em 1881 abandona, definitivamente, o romantismo e publica Memórias Póstumas de Brás Cubas, um marco do realismo no Brasil. O livro, extremamente ousado para os padrões da época, é escrito por um defunto, começando com uma dedicatória inusitada: “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas”. Tanto Memórias Póstumas de Brás Cubas como as demais obras de sua segunda fase, transpõem as fronteiras do realismo e escapam aos limites de todas as escolas, criando uma obra única. Como traços marcantes dessa segunda fase temos a introspecção, o humor e o pessimismo com relação à essência do homem e seu relacionamento com o mundo. Como obras principais dessa fase temos: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908), além das coletâneas de contos Papéis Avulsos (1882), Várias Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1906), Relíquias da Casa Velha (1906), e da coletânea de poesias Ocidentais.
Suas crônicas não têm o mesmo brilho dos seus romances e contos e seus poemas têm uma diferença curiosa com o restante de sua produção literária. Na prosa Machado é contido e elegante, mas na poesia é, algumas vezes, chocante na crueza dos termos — similar talvez à de Augusto dos Anjos. Machado em suas obras interpela o leitor, ultrapassando a chamada *quarta parede, por influência de Manuel Antonio de Almeida, que já havia utilizado a técnica, bem como Miguel de Cervantes e outros autores, só que, nenhum deles, com tanta ênfase quanto Machado.
Em 1904 Machado fica viúvo e escreve um de seus melhores poemas, Carolina, em homenagem à esposa. Muito doente, solitário e triste depois da morte de Carolina, Machado de Assis também parte, em 29 de setembro de 1908, em sua casa no Cosme Velho. Nem nos últimos dias aceitou a presença de um padre que lhe tomasse a confissão.
Machado foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente, casa esta, também chamada de Casa de Machado de Assis.
*O termo "quarta parede" é utilizado para definir a parede não existente ou "parede imaginária" entre a cena e o público. Termo usado em espetáculos teatrais onde não há interação do elenco com a platéia.
Boa Leitura!
Bjs,
Lila
Fontes: http://pt.wikipedia.org/
http://www.machadodeassis.org.br/